Dizem alguns que o direito está nos Códigos, nos Tribunais e
nas peças processuais.
E nisso, cegamente, devemos passar a acreditar. O que mais
motiva a crença é a ausência desse direito nas ruas. Idolatramos doutrinadores,
jurisprudências, súmulas, personalidades jurídicas, letras frias,
preconceituosas e mortas. A velha máxima se torna o mais efetivo dos brocardos
latinos: na teoria, a prática é outra.
O mito da caverna aponta para a direção das trevas ao
horizonte, da ganância, da especulação imobiliária e do egoísmo. Existe ainda
um direito espancado, feito de sucata, pouco efetivado e que nunca pode vir a
ser, nesses moldes de sociedade, pela falta de crença: o direito à liberdade e
à felicidade.
O que temos para hoje é a curiosidade, o riso cariado, a
brincadeira de luta/tapa, o beijo melecado de batom, o carinho reprimido, o
não, não e não, que se reafirma em sua negatividade a cada piscar-brilhar dos
mesmos olhos curiosos. As mãos e tampas têm história! Uma história que quer ser
vivida, sobretudo, gritada: quero existir, quero minha casa, meu sustento e
minha dignidade!