“Toda história tem um começo.
E talvez começar seja o mais
difícil. Na verdade, nunca sei qual é a parte fácil. Porque nenhum final é um
fim. Até mesmo quando o maior dos meteoros nos destruir, haverá ainda
continuação. Apesar de não ter sobrado um dinossauro, sabemos que ao menos
existiram. E criamos ficções em cima disso.
O que pretendo falar hoje?
Ainda não sei. Talvez começar a colocar ideias num papel, mesmo que virtual. Tentar
ser uma pessoa mais leve. Equilíbrio. Eu fico pensando: as pessoas falam o que
a gente quer ouvir ou o que lemos nós adequamos ao nosso cotidiano?”.
Penso
isso enquanto termino mais um post aclamado daqueles blogs de autoajuda hipster que colocam uma foto aleatória que
até 2011 seria brega, mas, como tudo na vida, voltam a ser “ótimas leituras”, “recomendadíssimas”,
que explicam a solidão – apesar das redes sociais com mil amigos, muitas
curtidas, elogios, sdvs – o medo de ficar só ou de decepcionar quem esteja
consigo. E a intensidade.
Acho
que minha geração viu tanta série, que as vezes pensa estar em uma. E por isso,
as coisas devem acontecer milimetricamente ao acaso. Não chega a ser pessimismo
barato. Na verdade, acho que temos tantas respostas que elas só nos confundem
mais. E o que pesa aqui não é ter respostas, mas um equilíbrio de perguntas.
A
geração dos anos 90 cresceu. Pôs a cara no sol. E não poderia ser de forma mais
desastrosa. Sinto que algumas vezes falta propósito na vida. A gente é tão
cheio, mas tão vazio. Eu não sei se deveria escrever isso, enquanto coisas lá
fora me aguardam. Mas resolvi que precisava me dar um final de semana de
descanso. De desapego. Acho que é um possível investimento.
Investimento.
A palavra mais mercadológica pra descrever a vida.
[pausa]
21
anos e não sei bem o que fazer do futuro. Surgem possibilidades. Mas é como se
todas essas possibilidades estivessem flutuando e nenhuma me atraísse, por mais
tentadora que seja. Também, escolher uma profissão com 16 seja algo de extrema
(ir)responsabilidade.
Mas,
por qual motivo a vida tem que ser resumida profissionalmente? Lógico! Porque dizem que quando você não está bem no campo dos relacionamentos, o foco tem que ser
na carreira. Só que a carreira é feita também de relacionamentos.
Daí,
mais um desafio pra gente: ser bem sucedido nos dois. No campo pessoal e
profissional. Ostentar uma boa saúde, um bom comportamento, um bom emprego, sem
demonstrar que passou a vida inteira se comparando, se matando, gastando
qualidade de vida para ter “qualidade de vida”.
Tentei
fazer uma lista de coisas que gosto de fazer: percebi que não sei mais se tem
coisas que gosto de fazer. Percebi que a coisa que mais gosto de fazer é quando
não estou olhando para o relógio pensando no que devo fazer, neste caso:
dormir. É comum que o melhor momento do dia seja justamente aquele que não se
tem consciência de que se está fazendo algo?
O
primeiro semestre de 2015 foi de grandes perdas. Há um semestre ainda para ser
escrito. E não será obra milimétrica do acaso.
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