domingo, 5 de julho de 2015

ponto-e-vírgula

“Toda história tem um começo.
E talvez começar seja o mais difícil. Na verdade, nunca sei qual é a parte fácil. Porque nenhum final é um fim. Até mesmo quando o maior dos meteoros nos destruir, haverá ainda continuação. Apesar de não ter sobrado um dinossauro, sabemos que ao menos existiram. E criamos ficções em cima disso.
O que pretendo falar hoje? Ainda não sei. Talvez começar a colocar ideias num papel, mesmo que virtual. Tentar ser uma pessoa mais leve. Equilíbrio. Eu fico pensando: as pessoas falam o que a gente quer ouvir ou o que lemos nós adequamos ao nosso cotidiano?”.

Penso isso enquanto termino mais um post aclamado daqueles blogs de autoajuda hipster que colocam uma foto aleatória que até 2011 seria brega, mas, como tudo na vida, voltam a ser “ótimas leituras”, “recomendadíssimas”, que explicam a solidão – apesar das redes sociais com mil amigos, muitas curtidas, elogios, sdvs – o medo de ficar só ou de decepcionar quem esteja consigo. E a intensidade.

Acho que minha geração viu tanta série, que as vezes pensa estar em uma. E por isso, as coisas devem acontecer milimetricamente ao acaso. Não chega a ser pessimismo barato. Na verdade, acho que temos tantas respostas que elas só nos confundem mais. E o que pesa aqui não é ter respostas, mas um equilíbrio de perguntas.

A geração dos anos 90 cresceu. Pôs a cara no sol. E não poderia ser de forma mais desastrosa. Sinto que algumas vezes falta propósito na vida. A gente é tão cheio, mas tão vazio. Eu não sei se deveria escrever isso, enquanto coisas lá fora me aguardam. Mas resolvi que precisava me dar um final de semana de descanso. De desapego. Acho que é um possível investimento.
Investimento. A palavra mais mercadológica pra descrever a vida.

[pausa]

21 anos e não sei bem o que fazer do futuro. Surgem possibilidades. Mas é como se todas essas possibilidades estivessem flutuando e nenhuma me atraísse, por mais tentadora que seja. Também, escolher uma profissão com 16 seja algo de extrema (ir)responsabilidade.

Mas, por qual motivo a vida tem que ser resumida profissionalmente? Lógico! Porque dizem  que quando você não está bem no campo dos relacionamentos, o foco tem que ser na carreira. Só que a carreira é feita também de relacionamentos.

Daí, mais um desafio pra gente: ser bem sucedido nos dois. No campo pessoal e profissional. Ostentar uma boa saúde, um bom comportamento, um bom emprego, sem demonstrar que passou a vida inteira se comparando, se matando, gastando qualidade de vida para ter “qualidade de vida”.

Tentei fazer uma lista de coisas que gosto de fazer: percebi que não sei mais se tem coisas que gosto de fazer. Percebi que a coisa que mais gosto de fazer é quando não estou olhando para o relógio pensando no que devo fazer, neste caso: dormir. É comum que o melhor momento do dia seja justamente aquele que não se tem consciência de que se está fazendo algo?



O primeiro semestre de 2015 foi de grandes perdas. Há um semestre ainda para ser escrito. E não será obra milimétrica do acaso.

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